MADUGU era uma criança como toda criança, ele gostava muito de brincar, mas certo dia brincando, ele machucou a sua perna. E como doía! MADUGU mancava o tempo todo, apoiado em uma vara. O machucado de sua perna doía tanto que ele chegava a morder os próprios lábios. Ele já havia pegado algumas folhas de uma árvore espinhosa para colocar no machucado, porque a sua mãe tinha dito a ele que isto curaria seu machucado. Ele esperou que melhorasse, mas a perna doía ainda mais.
Nisto, MADUGU ao ver de longe a casa dos missionários, deu um grande suspiro. MADUGU sabia que na casa dos missionários tinham remédios, mas eles eram cristãos. E MADUGU disse para si mesmo: - Eu sou um mulçumano! Nós mulçumanos não devemos deixar que estes cristãos toquem em nós. Apesar disso MADUGU sabia que alguns amigos dele tinham ido até lá na casa dos missionários e tinham sido sarados. E pensou... - Aqueles missionários são como anjos aqui na terra.
Certa vez MADUGU tinha visto um missionário que andava pela aldeia, e ele tinha um livro que “falava”! Nele havia uma página dourada. E dizia: - Talvez, se eu fosse na casa dos missionários, poderia ver esse livro ou até pegá-lo. - Eu vou! Resolveu MADUGU. Era um caminho estreito, longo e cheio de pedras. MADUGU caminhou bem devagarinho. Seu machucado ardia como fogo. De vez em quando ele dava uma paradinha. Até que enfim conseguiu chegar à casa dos missionários.
A esposa do missionário ao ver MADUGU, tratou-o com muito carinho, e lavou o seu machucado. E conversando com ele disse: - Eu me chamo Helena. - Você gostaria de ficar aqui até melhorar a sua perna? MADUGU não lhe respondeu. Olhou para ela desconfiado, e disse: -A senhora tem um livro que fala, não tem?! A missionária olhou para MADUGU admirada, e depois sorriu. - Oh! Você quer dizer o Livro sem Palavras?! - Ele tem uma página dourada, disse MADUGU. Ela brilha. A missionária passou pomada com todo cuidado no seu machucado e disse a MADUGU: - O dourado representa o céu. MADUGU concordou com ela balançando a cabeça. - Já sei sobre o céu. Meu professor mulçumano me falou sobre o céu. A missionária olhou para o rosto de MADUGU, e disse: - Só há um céu verdadeiro MADUGU, e foi Deus quem o criou. Lá não há tristeza, nem doença, nem choro... E nem pernas machucadas! Ela colocou um faixa na perna de MADUGU, e continuou conversando: - Hoje à noite, o missionário Davi, meu esposo vai falar sobre o Livro sem Palavras para as crianças, ele vai mostrar primeiro a página dourada. De repente, MADUGU pergunta: - Se eu ficar aqui até minha perna melhorar, alguém poderia avisar ao meu pai que estou aqui? - Claro que sim! Vou mandar Cardo, o menino de recados, avisar ao seu pai, ele corre bem depressa. MADUGU ficou muito feliz. Já não se sentia mais preocupado. Ele quase não via a hora de chegar a noite para saber mais do livro. Mas, justamente quando a missionária Helena estava terminando de fazer o curativo em sua perna... Sabe o que aconteceu? MADUGU viu as crianças chegando. - Já estou terminando MADUGU! – disse a missionária Helena. - Precisamos terminar de colocar esse pano para proteger.Assim que terminou de fazer o curativo, MADUGU se juntou às crianças, e o missionário tinha a página dourada aberta. O coração de MADUGU bateu forte. E MADUGU disse: - Aí está o livro que fala! Todas as crianças olharam para MADUGU, e depois olharam para o livro que tinha a página dourada. Ouçam o que Jesus nos diz na Bíblia a respeito do céu, disse o missionário Davi. - “Vou prepara-vos lugar.” Isto Está escrito na Bíblia em João 14:2.
MADUGU se sentiu alegre ao escutar essa boa notícia, mas agora o missionário estava virando a página, e a próxima era completamente preta. Isto representa os corações sem Cristo. Representa o pecado e o mal. E fez uma pausa. - O pecado não pode entrar no céu! MADUGU então pensou em tantas coisas erradas que ele havia feito.
O missionário virou novamente a página, e esta era de um lindo vermelho. Logo em seguida levantou-se um menino e falou bem alto: - “O sangue de Jesus Cristo, nos purifica de todo o pecado.” I João 1:7 - Jesus morreu! Para purificar os nossos corações. Disse o missionário. De imediato, MADUGU pensou no dia em que foi morto um carneiro todo branquinho, em uma festa mulçumana em sua aldeia, que ele e os irmãos assistiram. Agora ele sabia que um carneiro não poderia de jeito nenhum lavar os seus pecados. - Jesus voltou para o céu, para preparar um lugar para nós, disse o missionário. MADUGU inclinou-se para frente, admirado. - Mas o senhor não disse que Ele morreu?! As crianças riram baixinho de MADUGU.
- Sim, Jesus morreu, mas Ele ressuscitou dos mortos, Jesus está vivo para sempre, é por isso que a Sua morte pode salvar-nos. - Disse o missionário Davi.
Então o missionário virou para a página branca. - Vejam! Isto representa um coração limpo! MADUGU desejava que o seu coração fosse assim, branquinho, branquinho e esse desejo foi para a cama junto com ele. Então ele começou a pensar: - O missionário havia dito que qualquer um poderia receber a Jesus em seu coração. MADUGU não ficava quieto na cama, se virava toda hora e ficava pensando: - Mas se eu chamar Jesus pra morar em meu coração, então eu não serei mais um mulçumano. Teria que ser um cristão, como eles! O desejo continuou com ele a cada dia. E sempre pensava: - Eu quero ter um coração limpo, como aquela página! Então cortou um pedaço de papel branco e colocou em seu bracinho tão escuro. Parecia mais branco do que nunca. Depois dobrou o papel e ficou com ele na mão, fazendo de conta que era parte do livro que falava.
MADUGU não esperou nem mais um minuto. Correu para o quarto que o missionário havia lhe dado, fechou a porta e se ajoelhou perto da cama. E orou assim: - Querido Jesus, estou pronto para recebê-lo agora. Por favor, venha e faça o meu coração ficar limpo. E por favor, deixe-me ser seu amigo. Quando ele subiu para a cama, estava muito feliz, quase não conseguiu dormir.
MADUGU levou um susto ao ver o missionário e disse: - Eu... Eu só estava dando uma olhadinha neste livro. O missionário sorriu pra ele e disse: - Tudo bem, não se preocupe MADUGU, vejo que sua perna está boa e você poderá ir pra casa amanhã. - Amanhã!!! – Exclamou MADUGU. Sem pensar, MADUGU disse ao missionário: -
Não quero ir para casa! MADUGU sabia muito bem, que se ele fosse embora, não poderia mais ouvir as mais belas histórias da Bíblia e ver as cores que falavam! O missionário compreendeu o que MADUGU disse daquela forma. Então o missionário aproximou-se de MADUGU e delicadamente pegou o livro, folheu-o e, depois o devolveu a MADUGU e disse: - Quero dar este livro a você, para que você possa contar a história dele em sua aldeia. No dia seguinte, os missionários se despediram de MADUGU e oraram com ele e disseram: - Deus o abençoe.
MADUGU de vez em quando olhava para trás enquanto descia a estrada dando tchau. Então quando ninguém mais o via andou bem depressa, e estava muito feliz. Segurava o livrinho sem palavras com orgulho e, a medida que ia andando, ia repetindo os versículos que aprendeu com o missionário.
Quando se aproximou da aldeia, sua família ficou muito alegre ao vê-lo, e seus três irmãos perguntaram: - O que é isso que você ganhou? - Deixe a gente ver essas cores! Enquanto isso, MADUGU conservava o livrinho fechado. - Hoje à noite irei falar para vocês deste livro que fala. Assim que terminou o jantar, os meninos perguntaram: - Não está na hora? Está! Ou não está? - Sim! – Disse MADUGU.
Ele sentou de frente dos seus irmãos, do mesmo jeito que viu o missionário fazer. E abrindo a página dourada, que brilhava no quarto quase escuro, disse: - Quando nós morremos, vivemos com Deus para sempre, se nossos corações estiverem limpos, pois este livro, diz que nós não somos bons, mas Deus é e seu filho Jesus também é bom. Deus mandou Jesus ao mundo, e Ele morreu por nossos pecados. E olhem! Abrindo a página branca disse: - O Senhor Jesus Torna limpinho o nosso coração sujo.
Passados uns dias, Binho, que era seu irmão do meio de MADUGU, disse: - Eu também sei! E não demorou muito, Basu, o irmão caçula de MADUGU, falou: - E eu também! MADUGU ficou muito feliz por eles. Binho aproximou-se deles e disse: - Agora nós precisamos ter um livro que fala também. Os dois irmãos de MADUGU também concordaram. Mas o coração de MADUGU, quase se despedaçou de medo e disse: - Não há mais nenhum livro deste. Binho chegou nele e disse: - Você pode cortar o seu em quatro partes. Ele é tão grande! Mas MADUGU correu depressa para a sua casa na aldeia e disse:- Não! Não posso fazer isso! Não quero cortar o livro! Colocando o livro sem palavras debaixo de seu cobertor, sentou-se em cima do livrinho e dizia: - Não e Não! E pensando no que poderia acontecer se ele cortasse o livro, bem de vagarinho enfiou a mão em baixo do cobertor e tirou o livrinho. Mediu com seus dedos para ver de que tamanho ficaria cada parte, e notou que o livro ficaria muito pequeno. Naquela noite, MADUGU orou muito.
Novamente MADUGU cortou o livro e agora havia sobre o tronco quatro pedaços. Os irmãos de MADUGU nem se mexiam, pois eles sabiam que MADUGU estava muito emocionado.
MADUGU pegou as quatro partes e foi entregando uma a uma para seus irmãos e eles, com o maior cuidado, seguravam o livrinho e diziam a MADUGU: - Mamãe poderá costurar as páginas dos nossos livros que estão soltos.
MADUGU também pulava e gritava de alegria junto com eles.
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